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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Butantan desvenda hemorragia da picada de jararaca...

Estudo inédito do Instituto Butantan, em São Paulo, demonstrou pela primeira vez a forma com que a toxina hemorrágica presente no veneno da jararaca se liga aos vasos sanguíneos.
A descoberta pode auxiliar a desenvolver novos medicamentos que evitariam amputações de membros. O estudo é de ampla utilidade, já que as picadas de jararaca representam 90% do total de acidentes com serpentes no Brasil, segundo a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.
Segundo a pesquisa, a substância se fixa às proximidades dos vasos, comprometendo sua integridade e induzindo o sangramento local, que se constitui um dos principais sintomas do envenenamento por jararacas. “Quando ocorrem acidentes com jararacas, há dois tipos de sintomas: os locais, que ocorrem no local da mordida, e os generalizados, que acometem o organismo como um todo”, explica a pesquisadora Ana Maria Moura, uma das responsáveis pelo estudo.
Antiofídico - “O soro antiofídico produzido em cavalos é capaz de neutralizar os efeitos sistêmicos, impedindo a morte do paciente, mas não consegue reverter os efeitos locais tais como a hemorragia, que podem resultar em sequelas graves como a amputação do membro afetado”, completa ela. A descoberta pode auxiliar no tratamento oferecido em casos de acidentes envolvendo esse tipo de serpente. Isso porque, a partir do conhecimento de como a toxina age, será possível utilizar inibidores capazes de impedir sua atuação. Para isso, entretanto, são necessários estudos complementares. A pesquisa contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e foi publicada na revista clínica americana de doenças negligenciadas “PLoS Neglected Tropical Diseases”. Também participaram do estudo pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA).
“É importante lembrar que o soro antiofídico existente continuará a ser utilizado. A idéia é aplicar inibidores que ‘ataquem’ diretamente toxinas responsáveis pelos danos locais, barrando os efeitos hemorrágicos causados por esse tipo de acidente”, diz Cristiani Baldo, que também participou da pesquisa.

(Fonte: Folha.com)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Pesquisador acha planta que neutraliza veneno da surucucu...

Uma árvore de quatro a seis metros de altura pode ser a nova arma contra o veneno da surucucu, a maior serpente venenosa da América do Sul. Uma pesquisa realizada na UFF (Universidade Federal Fluminense) constatou que um extrato feito a partir da Stryphnodendron barbatiman, popularmente chamada de barbatimão, barba-de-timão, casca da virgindade ou ubatima, é capaz de neutralizar os principais efeitos provocados pela picada da cobra.
A descoberta poderá levar ao desenvolvimento de um novo tratamento contra o veneno da surucucu, que provoca dor intensa, hipotensão, diminuição do ritmo cardíaco, diarreia e hemorragia. A cobra está presente em todo o território nacional e, entre 2001 e 2004, respondeu por 2,3% dos ataques registrados no Brasil. Seu índice de letalidade, porém, é quase três vezes maior do que o das serpentes do gênero Bothrops, que respondem por 90% dos ataques no país –cerca de 1% das vítimas da surucucu morrem após serem picadas.
Soro antiofídico – Atualmente, o procedimento preconizado pelo Ministério da Saúde em casos de picada de cobras venenosas é a administração de soro antiofídico, produzido a partir de anticorpos produzidos por cavalos inoculados com o veneno. O soro, porém, tem as desvantagens de ser caro, necessitar de estocagem em baixas temperaturas e provocar reações alérgicas graves em parte dos pacientes. Além disso, é ineficaz contra os efeitos locais das picadas, que muitas vezes deixam sequelas. Em busca de alternativas de tratamento, o pesquisador Rafael Cisne de Paula pesquisou 12 espécies diferentes de plantas como parte do seu trabalho de mestrado em Neuroimunologia na UFF.
Dessas, apenas uma se mostrou totalmente ineficaz. O extrato produzido a partir da barbatimão, porém, foi o único que conseguiu inibir em mais de 80% os principais efeitos do veneno analisados, impedindo inclusive o desenvolvimento de hemorragias.
Não foi testada, porém, a eficácia da planta sobre a formação de edemas e outras consequências da picada. Os testes foram realizados em camundongos e, por enquanto, ainda não se sabe qual o mecanismo de ação da planta. Estudos posteriores poderão identificar e isolar os componentes responsáveis pelos efeitos neutralizantes.

(Fonte: Denise Menchen/ Folha.com)

terça-feira, 20 de julho de 2010

EXCLUSIVO: Estudo identifica efeitos da poluição no Parque do Ibirapuera, em São Paulo...

Um levantamento realizado no Parque Ibirapuera, localizado na região central da cidade de São Paulo, identificou a presença de 51 famílias e 336 espécies diferentes de árvores. O estudo, da engenheira agrônoma agrônoma, Tiana Carla Lopes Moreira, do Programa de Pós Graduação em Recursos Florestais, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, USP/ESALQ, avaliou a interação da floresta urbana com a poluição atmosférica.
Entre fevereiro e março de 2009 foram coletadas folhas de paineiras, jacarandá mimoso e ipê roxo. “As espécies encontradas no Ibirapuera permitem a compreensão do comportamento delas no contexto urbano com forte influência da poluição atmosférica”, explicou a pesquisadora. Os elementos presentes nas árvores foram determinados por meio da técnica de fluorescência de raio X. Foram identificados os elementos provenientes das emissões veiculares, para que se fizesse uma relação com a interação dessas substâncias com a vegetação. “Buscamos verificar se existiam diferenças na retenção de poluentes de espécies arbóreas comuns na cidade de São Paulo e se é possível utilizar folhas de árvores para o bioacumuladores de poluentes atmosférico”, afirmou.
Uma das conclusões estudo é que a vegetação pode atuar como filtro, amenizando os efeitos da população. Mas, para que o efeito protetor seja mensurado, seria necessário avaliar, também, a densidade da vegetação. Segundo o estudo, nas regiões mais próximas das bordas do parque o ferro, o cromo e cobre aparecem mais.

Fonte: Danielle Jordan / Ambientebrasil
*Com informações da ESALQ/USP.